Quero-Quero
[...]
Com os diabos! Ave da querência mais sacudida do que essa, por Deus que não sei de outra! Havia, porém, de cansá-los. Derrubei rebenque no zaino; caminhei, troteei, até que por fim me deixaram tonto, zambo, na escuridão da noite.
Já era tempo, juro. Estirada como aquela nunca mais. Quando subi o alto do coxilhão de pedra, já próximo da estância familiar que generosa viria depois me acolher anualmente na minha apressada quinzena de veraneio, ainda eu ouvia as aves lá embaixo, lá longe, na canhada, gritando, clamando - quero,quero, quero...
Desde aí nunca mais as esqueci, como nunca esquecerei mais aquela ninhada que as patas do zaino amassaram. Quando me lembro, por Deus, que sinto qualquer coisa cá dentro...
Roque Callage
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Com os diabos! Ave da querência mais sacudida do que essa, por Deus que não sei de outra! Havia, porém, de cansá-los. Derrubei rebenque no zaino; caminhei, troteei, até que por fim me deixaram tonto, zambo, na escuridão da noite.
Já era tempo, juro. Estirada como aquela nunca mais. Quando subi o alto do coxilhão de pedra, já próximo da estância familiar que generosa viria depois me acolher anualmente na minha apressada quinzena de veraneio, ainda eu ouvia as aves lá embaixo, lá longe, na canhada, gritando, clamando - quero,quero, quero...
Desde aí nunca mais as esqueci, como nunca esquecerei mais aquela ninhada que as patas do zaino amassaram. Quando me lembro, por Deus, que sinto qualquer coisa cá dentro...
Roque Callage
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