Ante a queimada
A macega, ontem verde, perfilada,
Quais colunas de posfiro e metal,
Dobra-se triste, desclorofilada,
Espectro da ardente vida vegetal!
O chão tão ressequido, atormentado,
Nos meses de verão, impiedoso,
Desfaz-se, em leve pó, imponderado
Que o vênto remoinha, descuidoso!
Escuta-se uma súplica, um lamento,
Té as entranhas profundas do solo...
De sede, ou angústia, martírio incruento!
A mata e os seres pungem sem consolo...
A macega, ontem verde, perfilada,
Quais colunas de posfiro e metal,
Dobra-se triste, desclorofilada,
Espectro da ardente vida vegetal!
O chão tão ressequido, atormentado,
Nos meses de verão, impiedoso,
Desfaz-se, em leve pó, imponderado
Que o vênto remoinha, descuidoso!
Escuta-se uma súplica, um lamento,
Té as entranhas profundas do solo...
De sede, ou angústia, martírio incruento!
A mata e os seres pungem sem consolo...
"Sons Longínquos", Maria de Arruda Müller
(Maria de Arruda Müller nasceu no dia 9 de Dezembro de 1898. Morreu em 2003.)
Sem comentários:
Enviar um comentário