quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Joanyr de Oliveira

Escrúpulo
 
Deito o poema na aragem,
longe dos sacrilégios.

Os vassalos do metal,
os abismos, os delírios,
os tímpanos de pedra e cal,
as destras mãos na rapina
e as sinistras nos fuzis,
os decibéis desvairados
com quatro pedras nas mãos,
as volúpias dos cifrões,
os parlatórios e fossas,
as fomes palacianas,
os lobos condecorados
pelos guantes do Sistema

não fazem jus ao poema. 

Joanyr de Oliveira

(Joanyr de Oliveira nasceu no dia 6 de Dezembro de 1933. Morreu em 2009.) 

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