Ideal artístico
Jamais te vi; jamais no teu olhar furtivo
de amor os olhos meus cruzei um só momento;
jamais da minha voz um eco fugitivo
revelou-te este amor, que é todo o meu tormento.
Com certeza, não sei se adoras compassivo,
porque apenas em sonho ouvi teu juramento;
só sei que ao lado teu jamais senti tão vivo
o grande amor que assim me escalda o pensamento.
Eu cismo até que seja à outra consagrado
o teu suposto amor, tão cheio de poesia;
pois eu não te conheço, a são ser retratado
no lindo quadro azul da minha fantasia,
onde o teu vulto vive esbelto e namorado,
fazendo palpitar meu peito noite e dia!
"Plectros", Ibrantina Cardona
(Ibrantina Cardona nasceu no dia 11 de Novembro de 1868. Morreu em 1956.)
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