terça-feira, 1 de agosto de 2017

Félix Pacheco

Do cimo da montanha

Musa, pára um momento aqui, musa severa!
Olha deste alto cimo a Pátria, o Sonho, a Vida...
Mede toda a extensão imensa percorrida,
E o presente, e o porvir esmiúça, e considera!

Interpreta, na estrofe, a saudade sincera,
E realça, firme, o traço à página esquecida!
Canta a luz que te doura, e estende-a, refletida,
Sobre os rincões natais, que tua alma venera!

Mas grava tudo lenta, unindo, com orgulho,
O esto dos palmerais, e a harmonia dos trenos,
Como na relação do efeito para as causas...

Junta o carme à epopeia, enlaça o grito e o arrulho,
E os quarenta anos teus se fixarão, serenos,
Num longo beijo quente, ampliado em sóis e em pausas...

Félix Pacheco

(Félix Pacheco nasceu no dia 2 de Agosto de 1879. Morreu em 1935.)

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