O caçador já não falava. Incendido pelo seu sol interior, dardejava pensamentos cáusticos. A escrava, sempre à retaguarda, chorava agora em silêncio, como se sentisse o ardor daquela alma ignescente. Ai, os espíritos não a socorriam! Que mal fizera para tamanho desprezo? Por ser escrava? Ai, também eles a consideravam um bicho! E Deus, igualmente nada, nada fazia por ela! Oh! Se alguma falta cometera, perdoassem-lhe todos! Perdoassem-lhe todos, todos do Além, qualquer culpa ignorada! Ó espíritos, ó Deus, perdão, perdão, perdão! Ai!
"Ecos da Minha Terra", Óscar Ribas
(Óscar Bento Ribas nasceu no dia 17 de Agosto de 1909. Morreu em 2004.)
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