O Brasil
Os templos
soberbos da Grécia formosa
E os arcos de Roma, de Roma orgulhosa,
Não cobrem, não ornam meu pátrio Brasil.
Estátuas não temos, primores das artes,
Mas temos os bosques por todas as partes,
E as verdes palmeiras viçosas a mil.
Os rios
gigantes, as límpidas fontes,
As flores, os frutos, os prados, os montes
Esmaltam, protegem meu pátrio Brasil.
E os cantos das aves na selva escutamos,
E o sol não tememos, e a sombra buscamos
Nas verdes palmeiras viçosas a mil.
As Vénus,
as Graças, os loucos Amores,
Celestes no mármore, na forma, nas cores,
Não temos, não temos no pátrio Brasil.
Mas temos as virgens de olhar expressivo,
De rosto moreno, carácter altivo,
E as verdes palmeiras viçosas a mil.
E virgens e
homens, e bosques e mares.
E tudo que vive na terra, nos ares,
É belo e sublime no pátrio Brasil:
Azul é o céu, as florestas frondosas,
Valentes os homens, as virgens mimosas,
E as verdes palmeiras viçosas a mil.
Antônio Marques Rodrigues
(Antônio Marques Rodrigues nasceu no dia 15 de Abril de 1826. Morreu em 1873.)
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