O problema do homem de ferro era o sexo. Não ia lá sem lubrificação.
O homem-aranha
O homem-aranha morreu. Vítima de uma teia de interesses, é o que consta.
O homem-sanduíche
O homem-sanduíche chegou a casa mais uma vez sem dinheiro. E finalmente deu-se de comer aos filhos esqueléticos e esfomeados.
O homem-bala
Cabisbaixo e de mala na mão, o homem-bala apresentou-se logo de manhãzinha na rulote da gerência. Ia-se embora, para casa. Tinha descoberto durante a noite que era objector de consciência.
O homem-estátua
Porto, Setembro de 2015. Ao fim de 35 anos de inabalável serviço na ex-libríssima Avenida dos Aliados, o homem-estátua chamou o fiscal da Câmara num pst! muito bem disfarçado. "Ó colega, isto aqui já não dá nada. Vou-me embora, provavelmente para Moçambique e levo um guarda-sol. Lembras-te do Relvas? Sabias que sempre que os portugueses emigram têm uma visão universalista que lhes traz sucesso?", disse o homem-estátua ao fiscal camarário, por entre dentes e sem perder a pose. Era efectivamente um homem-estátua muito profissional e filósofo. "Além disso, estou farto de que me caguem em cima", acrescentou, descendo finalmente do banco de cozinha e arrumando os tarecos em dois sacos plásticos do Pingo Doce do tempo em que os sacos plásticos eram de borla. "As pombas?", perguntou o fiscal da Câmara, que era um bocado lento. "Os pombos, Pedro e o Paulo", respondeu o homem-estátua.
O homem-crocodilo
Despedido pela Lacoste, o homem-crocodilo fez-se à vida e foi com a mulher vender nas feiras. Mas bastante contrafeito.
O homem-tocha
O homem-tocha mudou de residência. Chamam-lhe agora homem-mealhada.
O homem-máquina
O homem-máquina gripou. Foi ao centro de saúde. Mandaram-no para a oficina. Obviamente.
O homem-rã
O homem-rã apareceu à tona em câmara lenta e saiu do lago com toda a calma, perante o evidente embaraço do casal de cisnes que porteira o condomínio. Vestia um blusão de cabedal que dizia nas costas batalhão de sapadores bombeiros, bsb, passou por um bando de turistas japoneses acabadíssimos de descarregar, sorriu para os flashes e continuou naquele andar cómico até ao bar do parque da cidade. Entrou no bar, saltou para cima de um banco, depois saltou para cima do balcão e mandou vir, com uma nota de cinco na mãozinha verde: - Coach!, coach!
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