Língua portuguesa 
Última flor do Lácio, inculta e bela,
 És, a um tempo, esplendor e sepultura;
 Ouro nativo, que, na ganga impura,
 A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
 Tuba de alto clangor, lira singela,
 Que tens o trom e o silvo da procela,
 E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
 De virgens selvas e de oceanos largos!
 Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
 O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
"Tarde", Olavo Bilac
(Olavo Bilac nasceu no dia 16 de Dezembro de 1865. Morreu em 1918.)
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