Simpatizo com Pedro Mota Soares, foi o que eu disse. Quanto ao ministro da Solidariedade e Segurança Social, desconcerta-me: não sei o que faz, não sei se sabe o que está a fazer, não percebo o que diz. De que fala Mota Soares quando fala?
Disse ele, ontem: "Importa que o Estado saiba construir com as instituições sociais um novo paradigma de resposta social". Um novo para quê? Para digma, disse o ministro, esquecendo-se que, como membro do Governo, e se tiver os microfones à frente, fala sempre para os portugueses - sobretudo para os "seus" portugueses, os velhinhos, os asilados, os reformados ou quem lhes dera, os marginalizados da vida, os analfabetos de todas as espécies, os que só foram à Universidade uma vez, naquela excursão de três dias a Fátima.
E o que é então o novo paradigma? O ministro explicou, simples e cristalino como a água das pedras com groselha, uma rodela de limão cortada em quatro, oito cubos de gelo derretido, três folhas e meia de hortelã, um ramo de salsa, um ramo de casamento, duas palhinhas e um guarda-sol fechado: "Algo que vá além do tradicional wellfair public sistem, algo a que outros já chamam um wellfair partnership sistem e é por aí que nós queremos seguir". Assim está bem. Siga para bingo.
Mota Soares é o ministro que já nos tinha dito que "o plafonamento das pensões" não deve avançar "em contraciclo" e que teve a ideia peregrina das refeições take away para os pobres. Os pobres. Isto vem tudo no jornal Público. O ministro e o Público entendem-se. Os portugueses do rés-do-chão é que não sabem do que é que eles estão a falar.
Afinal não é só o grande José Marinho que escreve e diz coisas que mais ninguém percebe! Paradigmaticamente, se calhar nem eles percebem. Falam para o umbigo é o que é.
ResponderEliminarAbraço grande,
P.
O grande José Marinho! Olha, também era capaz de dar um bom ministro. Paradigmaticamente!
EliminarObrigado pela visita e pelo comentário. Bom fim-de-semana. Abraço,
h.