quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A honra dos Silvas

Um parente que eu não sei se tenho a prazer de conhecer comentou o meu texto anterior afirmando o seu "orgulho em ser um VON DOELLINGER", o que só lhe fica bem. Teria sido bonito que alguém tivesse também saído a terreiro em defesa da honra dos Silvas. Exactamente: alguém de velha têmpera e honra antiga que ousasse chegar-se à frente para gritar alto e bom som, de estandarte em punho e peito inflado de altivez:
- Eu tenho muito orgulho em ser um SILVA, há algum problema?!...
Os Silvas, é preciso que se note, não são uma merda qualquer, e não estou sequer a falar do ilustre casal de inquilinos do Palácio de Belém, que faz aqui tanta falta como o queijo gruyère numa caldeirada de enguias. A primeira linhagem de Silvas é de príncipes e anterior à fundação da nacionalidade portuguesa. Os Silvas de pé-rapado conquistaram Portugal e os Brasis, é só ir ver as listas telefónicas. Os Silvas são uns grandes pinantes, é só ir ver os registos dos motéis, mas aqui são nomes falsos. Os Silvas, se um dia se chateiam, o País pára, porque os Silvas são o País. Chamar ó Silva! num autocarro articulado da STCP é um perigo: os 145 passageiros (48 sentados, 96 de pé e um numa cadeira de rodas) olham todos para trás e o motorista também. O Silva dos Plásticos era mais conhecido do que o Papa. Silva I seria um bom nome para um Papa português.
Embora ninguém escolha ser Silva, nem ser nome nenhum, está visto que os Silvas só têm motivos de orgulho. E quem diz os Silvas, diz os Santos, os Ferreiras, os Pereiras, os Rodrigues, os Costas, os Oliveiras, os Martins, os Sousas, os Gonçalves, os Almeidas, os Carvalhos, os Farias, os Magalhães, os Alves, os Teixeiras, os Lopes, os Ribeiros, os Castelos e até os Brochados. Sim, porque não os Brochados? Há algum problema?

11 comentários:

  1. INFORMAÇÃO
    Devido a um pequeno problema técnico, foram inadvertidamente apagados os comentários já feitos a este texto. Assim dito, parece verdade, e é. Peço desculpa aos comentadores e aos leitores. A casa continua aberta e, até ver, sem censura.
    h.

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  2. Eu, um Silva verdadeiro, até estive para comentar este texto. Mas, quando percebi que aqui havia censura, preferi fazê-lo na posta anterior. Viva a liberdade!
    Abraço,
    P.

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  3. Exactamente: Viva a liberdade! 23 de Setembro sempre! Às 13h30, mais coisa, menos coisa.

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  4. Para a próxima... edita e torna a publicar que os comentários mantêm-se...:) Ora, eu tenho orgulho imenso em nem ser Silva nem Van Doellnger, rrssss Beijo

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  5. Já eu, ao contrário do comentador que se assume como "Silva verdadeiro", não acho que aqui haja qualquer tipo de censura, e a prova disso, é que, volto a chamar COVEIRO ao Sr. Silva que habita o Palácio de Belém. O que provavelmente acontece com o Hernâni é o mesmo que acontece comigo, ou seja, alguma falta de destreza em lidar com as novas tecnologias. É que, no nosso tempo de escola, a "Ferramenta", era apenas e só, a nossa cabeça.
    Abraço
    Gaspar de Jesus

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  6. "Alguma falta de destreza para lidar com as novas tecnologias"?! Eu, caro Gaspar? Eu, que praticamente fui o inventor das novas tecnologias? Eu que lido com as novas tecnologias de olhos fechados, com uma perna às costas, de calcanhar e sem mãos! Sinto-me insultado, excelentíssimo senhor. Fosse eu desse tempo antigo de que o caríssimo amigo fala e é, e pode crer que o desafiava para um duelo...

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  7. Um forte abraço do parente desconhecido mas que tem o enorme prazer de o conhecer.

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  8. Ficamos assim, então. Um forte abraço também para o parente desconhecido.

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  9. Muitos programas poderiam ser feitos sobre esta problemática dos Silvas. Mas relevarei apenas isto: os Silvas de sangue azul e "os outros" são provavelmente primos. Como provavelmente todos os portugueses (e portuguesas) têm algum Silva entre os seus antepassados. Até eu! O que significa, como um dia disse um nosso insigne historiador, que andámos há gerações e gerações a procriar alegremente com parentes.
    M.

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  10. Já diz o povo: quanto mais prima, mais se lhe arrima...

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