Os sopranos têm, por definição, o tom de voz mais agudo e com mais alcance de mulher ou de rapaz muito novo. Se os sopranos forem homens, os puristas preferem chamar-lhes contratenores, que há quem confunda com contentores. Os sopranos dividem-se essencialmente em sete partes: soprano ligeiro, soprano lírico-ligeiro, soprano lírico, soprano lírico-spinto, soprano lírico-dramático, soprano dramático e soprano ultraligeiro. Também podem ser saxofones ou clarinetes, por exemplo. Nos Estados Unidos, os Sopranos ainda piam mais fino: são mais que as mães, maus como as cobras e convictos frequentadores de meretrizes. São extremamente mafiosos e profundos conhecedores, estes sim, de contentores, blocos de cimento e rios. Quando inadvertidamente apanhados por famílias inimigas, e desmembrados como manda a lei, os Sopranos são chamados, por divertimento, meios-sopranos. Os Sopranos americanos fizeram uma excelente série de televisão e agora vão dar em filme, que terá por título, corrigido, "Os Contratenores". O melhor Soprano do mundo (portanto, o pior) chamava-se Tony e padecia de ansiedade.
P.S. - Publicado originalmente no dia 12 de Janeiro de 2019. Hoje, 6 de Novembro, é Dia do Saxofonista. Já vos contei que o meu pai era músico, exactamente saxofonista? Já, já! Aqui, aqui e aqui, pelo menos. O que não contei é que o meu irmão Lando também foi. É? Por outro lado, o fenomenal John Philip Sousa - compositor, maestro, militar, atirador desportivo, escritor e etc. - nasceu no dia 6 de Novembro de 1854. O americano Sousa era de facto luso-americano, filho de pai português de origem açoriana. Os camones chamam-lhe Suza, como a da mala de cartão...
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