Não sei se sabem, a comida oficial da política em Portugal (
in rima veritas)
é o lombo de porco assado, que por acaso é quase sempre apenas
estufado, e uma merda. Canja, lombo e musse de chocolate. Quem já passou
por campanhas eleitorais e comeu todos os dias lombo, ao almoço e ao
jantar, sabe muito bem do que é que eu estou a falar (mais uma vez, e
peço desculpa, mas a verdade é que sou de verso fácil,
in rima veritas).
Depois, quando alcançam o poleiro ansiado e o povo é que paga, os
políticos esquecem-se do porco, tão em conta, tão prato do dia, e
servem-se entre eles peixinho da alta à lá qualquer coisa, nanja
sardinha, faneca ou carapau de pé-descalço.
Olhem por exemplo o Professor Marcelo. Também já comi lombo de porco
com ele, diga-se em abono da verdade, mas logo que pulou para Presidente: no almoço
cerimonial da tomada de posse, foi
creme de espargos, robalo a vapor e gelado; e no almoço comemorativo
dos 40 anos da Constituição, em 2016, a ementa versava creme de
couve-flor,
tranches de garoupa e pudim de Estremoz. Também um desconsolo,
realmente, mas de alto gabarito.
P.S. - Publicado originalmente no dia 2 de Abril de 2016. E saia mais uma campanha eleitoral! O País segue dentro de momentos...
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