Nostradamus, estão a ver? Se não estão a ver, pensem em Orson Welles e
chegam lá. Ah!, também não estão a ver Orson Welles. Não interessa, são
muito antigos.
Michel de Nostredame foi um apotecário e médico francês da Renascença
que praticava muito bem a alquimia e rondava satisfatoriamente o
ocultismo. Escreveu um famoso livro em versos intitulado "As Profecias",
o qual, como o próprio nome indica, conteria previsões codificadas
acerca
do futuro, e tão codificadas seriam que só alguns muito poucos é que
continuam a acreditar naquelas cousas sem sentido. Ou, a posteriori, com o sentido que se lhes quiser encaixar.
Nostradamus, nome latino e artístico, padecia de epilepsia psíquica, de
gota e de insuficiência cardíaca. Se a isto tudo somarmos a habilidade
para a leitura dos astros e das cartas de tarô, facilmente perceberemos
que o artista viveu e morreu antes do tempo. O nosso Miguel seria o
convidado ideal, diário, bidiário, ou talvez até terciário, para todos os programas das manhãs e
das tardes das televisões generalistas portuguesas de hoje em dia.
A mais eficaz profecia de Nostradamus acabou por ser, lamentavelmente, a
do seu próprio falecimento. Em 1566, dia 1 de Julho, inesperada véspera
do definitivo dia 2 de Julho, estava o profeta cada vez mais à rasca
derivado ao dramático agravamento da gota e da artrite, chamou o seu
secretário e, entre trovões e relâmpagos e talvez sarças ardentes de
febre, disse-lhe o que já lhe dissera mais do que uma vez: de amanhã não
passo. E finalmente acertou.
P.S. - Publicado originalmente no dia 21 de Dezembro de 2019. E atenção:
Renascença não quer dizer Rádio Renascença. Mas ao que eu vim: na Roma antiga, hoje, 20 de Setembro, decorreria o Festival de Témis, considerada deusa da justiça, do destino e da profecia. Filha de Úrano e de Gaia, na mitologia grega, irmã dos titãs e das titânides, Témis foi segunda esposa de Zeus, depois de Métis e antes de Hera.
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