domingo, 26 de setembro de 2021

E um grande tenkiu para ti também, pá!

De manhã eu vou ao peixe. Cada vez mais de manhãzinha. E ontem de manhã, de manhãzinha, estava um camone numa das duas mesas de passeio de um daqueles pequenos cafés à beira da lota de Matosinhos. Vi que era camone à distância, por causa da enorme mochila que lhe descansava ao lado e do mapa na mão que ele olhava e revirava, e percebi logo que não me ia safar. Tenho cara de posto de turismo encerrado para obras, não é para me gabar, e eu que ia ao carapau, saiu-me o bife, se me permitem o chiste de carregar pela boca.

(A marginal de Matosinhos, do princípio do Passeio Atlântico até lá aos fundos do Porto de Leixões, é hoje em dia um dos mais frequentados corredores do Caminho de Santiago, palmilhado a solo ou aos magotes por camones de várias línguas e feitios. A passagem pelo Senhor do Padrão é - devia ser - obrigatória.)

Mas que se passou: o camone viu-me sem mapa e também de mochila às costas (e eu não sei andar sem mochila, parece que me desequilibro sem ela) e portanto achou que eu é que sabia. Perguntou-me então du iu spikinglixe? E eu respondi-lhe o que sempre respondo aos gringos em Portugal: e tu, sabes falar português? 

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