De manhã eu vou ao peixe. Cada vez mais de manhãzinha. E ontem de manhã,
de manhãzinha, estava um camone numa das duas mesas de passeio de um
daqueles pequenos cafés à beira da lota de Matosinhos. Vi que era camone
à distância, por causa da enorme mochila que lhe descansava ao lado e
do mapa na mão que ele olhava e revirava, e percebi logo que não me ia
safar. Tenho cara de posto de turismo encerrado para obras, não é para
me gabar, e eu que ia ao carapau, saiu-me o bife, se me permitem o
chiste de carregar pela boca.
(A marginal de Matosinhos, do princípio do Passeio Atlântico até lá aos
fundos do Porto de Leixões, é hoje em dia um dos mais frequentados
corredores do Caminho de Santiago, palmilhado a solo ou aos magotes por
camones de várias línguas e feitios. A passagem pelo Senhor do Padrão é -
devia ser - obrigatória.)
Mas que se passou: o camone viu-me sem mapa e também de mochila às
costas (e eu não sei andar sem mochila, parece que me desequilibro sem
ela) e portanto achou que eu é que sabia. Perguntou-me então du iu
spikinglixe? E eu respondi-lhe o que sempre respondo aos gringos em
Portugal: e tu, sabes falar português?
domingo, 26 de setembro de 2021
E um grande tenkiu para ti também, pá!
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