sábado, 18 de setembro de 2021
Livraria
Transpôs a porta sagrada, procurou instintivamente à direita a piazinha
de água-benta que não encontrou, genuflexou e benzeu-se num silêncio e
num respeito que só vistos, caminhou lentamente até à estante, no mais
profundo recolhimento, pegou no livro como quem pega em asa de borboleta
ferida, afagou-o, ao livro, abriu-o como que a medo, em ângulo recto
não mais, folheou-o sem destino mas com mil cuidados, contemplativo, num
deleite adivinhatório de santidade gozosa. Tinha acabado de entrar numa
livraria.
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