sábado, 17 de julho de 2021
Eu trigo-me, tu trigas-te, ele triga-se
Biju, papo-seco, carcaça, molete, pada ou trigo, consoante a região de
origem e a idade de cada qual. Assim se chamava e parece que ainda se
chama ao pão pequeno, arredondado, regra geral de risca ao meio e feito à
base de farinha de trigo. Em Fafe aprendi-o biju e trigo, sobretudo
trigo, e é o que me tem bastado até hoje: vou à padaria e peço cinco
trigos, se faz favor. Riem-se e eu acho muito bem, porque rir é
porreiro, embora também possa ser ignorância. Em Fafe aprendi, ainda por
cima, o verbo trigar - ou, talvez melhor dizendo, trigar-se -, que,
naquele pedaço baixo-minhoto rural e de entranhável confluência galega,
Monte Longo e Basto, significava acanhar, constranger, envergonhar,
intimidar, embaraçar, coibir. Dizia-se, por exemplo, "Não se trigue,
tire à sua vontade mais um bocadinho de presunto!", e eu achava um
piadão àquilo. Ao presunto, quero dizer...
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