domingo, 28 de julho de 2024

O Grosso da Coluna e o Maciço Central


A diferença entre o Grosso da Coluna e o Maciço Central pode resumir-se assim: o primeiro é corredor de bicicletas e o segundo joga no eixo da defesa, como agora se diz. E o que têm em comum o Grosso da Coluna e o Maciço Central? Fisicamente falando, pertencem ambos à família dos Armários.

Não era evidentemente o caso de Herculano Oliveira, no retrato, um poderosíssimo lingrinhas a quem chamavam "Andorinha das Penhas", uma levandisca com pedais, peso-pluma voador, digo eu, capaz até de bater Joaquim Agostinho na subida à serra da Estrela, quer-se dizer, às Penhas da Saúde, e é daí que lhe vem o cognome, o qual, dito assim a quem é, tem tanto de ornitológico como de justo.
Naquele tempo, os ciclistas eram-nos contados pela rádio, com muito emoção e, às vezes, algum atraso. Ouvidos, os ciclistas eram o fim do mundo em cuecas, eram trinta por uma linha, eram tudo e mais capaz alguma coisa e também "ases do pedal", "bravos do pelotão" ou "gigantes da estrada", nome que lhes assentava tão bem e que agora parece que está reservado aos SUV e aos camiões TIR, para além da Brisa e outras mais modestas correntes de ar mensais.
Herculano Oliveira era do Sangalhos, é património do grande Sangalhos - uma potência velocipédica de que decerto os mais novos nem fazem ideia -, mas também passou, entre outras equipas, pela Coelima e fez carreira internacional. Nas décadas de sessenta e setenta, foi 4.º na Volta a Portugal, 22.º na Volta a Espanha e 45.º na Volta a França. Posso dizer, só para me gabar, que, em mocico, estive às vezes à beira dele?...

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