Viver é só sentir como a Morte caminha
E como a Vida a quer e como a vida a chama...
Viver, minha princesa pobrezinha,
É esta morte triste de quem ama…
Viver é ter ainda uma quimera erguida
Ou um sonho febril a soluçar de rastos;
É beijar toda a dor humana, toda a Vida,
Como eu beijo a chorar os teus cabelos castos...
Viver é esperar a Morte docemente,
Beijando a luz, beijando os cardos, e beijando
Alguém, corpo ou fantasma, que nos venha amando…
É sentir a nossa alma presa tristemente
Ao mistério da Vida que nos leva
Perdidos pelo sol, perdidos pela treva...
António Patrício
(António Patrício nasceu no dia 7 de Março de 1878. Morreu em 1930.)
E como a Vida a quer e como a vida a chama...
Viver, minha princesa pobrezinha,
É esta morte triste de quem ama…
Viver é ter ainda uma quimera erguida
Ou um sonho febril a soluçar de rastos;
É beijar toda a dor humana, toda a Vida,
Como eu beijo a chorar os teus cabelos castos...
Viver é esperar a Morte docemente,
Beijando a luz, beijando os cardos, e beijando
Alguém, corpo ou fantasma, que nos venha amando…
É sentir a nossa alma presa tristemente
Ao mistério da Vida que nos leva
Perdidos pelo sol, perdidos pela treva...
António Patrício
(António Patrício nasceu no dia 7 de Março de 1878. Morreu em 1930.)
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