quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
Ela teve dois amores (pelo menos)
Sentada ao meu lado na sala de espera do hospital, a mulher exibia um potentíssimo braço de boxista
peso-pesado, coisa de (me) meter medo. E no sítio do costume, como se
tivesse ido à guerra, lá estava escrito e jurado, na tinta imorredoura
da tatuagem: "Amor Maneca". E por cima do amado e levemente desbotado "Maneca", mesmo ao centro e aproveitando o "e", sobressaía uma segunda
demão, arrependimento ou remedeio, num verde mais fresco e
ostensivamente carregado, que dizia: Zé. Pois, é a vida...
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