E agora, o que vai ser das nossas confrarias? Penso muito especialmente, com o coração pesado e não sem um amargo de boca, na Confraria Gastronómica da Região de Lafões, na Confraria da Carne Barrosã, na Confraria Gastronómica da Raça Arouquesa, na Confraria Gastronómica do Toiro Bravo ou, puxando a brasa à minha sardinha, na Confraria da Vitela Assada à Moda de Fafe, honradas confrarias que destaco ao acaso entre as cento e vinte e três mil novecentas e oitenta e sete confrarias gastronómicas de Portugal. E agora, o que vai ser daquelas fatiotas todas janotas? E dos pins? E das fitas? E dos chapéus tão pândegos? E dos sarrafos? E das tainadas quinzenais? E das viagenzinhas eventualmente de geminação, de preferência ao estrangeiro, sempre que possível ao Brasil, o que vai ser, agora?
Teremos sempre, graças a Deus, a Confraria de Nossa Senhora das Neves e a Confraria da Folha de Alface Repolhuda: mas terão estes dois oásis digamos confreiráticos condições para acolher pelo menos com o conforto devido a uma galinha pedrês os milhões de confrades e confreiras assim de repente despejados dos seus deveres e haveres por esse país fora, como se fossem bandidos, refugiados praticamente?
Estou bastante preocupado.
P.S. - Ciúmes, é o que se supõe. O reitor da Universidade de Coimbra, que também veste as suas roupinhas de festa, posto que mais recatadas, entre o padre e a viúva, rematadas na iluminada cabeça por uma borla com berloques, inveja a garridice carnavalesca das vestimentas das confrarias. Vai daí, faz-lhes a folha.
Já agora. A lengalenga, em Fafe, dizia-se assim: "Pelo sinal, bico real, comi toucinho no teu quintal, se mais me desses, mais eu comia, adeus, compadre, até outro dia."
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