quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Entre a bonomia e a filhadaputice

Uma vez eu era chefe e um chefe mais chefe do que eu telefonou-me, de Lisboa evidentemente, a reclamar que era preciso "foder" uma certa e determinada pessoa de quem eu era chefe, mas menos, no Porto. Eu disse que não. Que não "fodia". E expliquei-lhe. Primeiro porque não se "fodem" pessoas, ainda que fossem incertas e indeterminadas; segundo porque eu não "fodo" ninguém, por uma questão de princípio e suspeito que também de religião; terceiro porque eu resolveria facilmente o assunto sem "foder" um camarada, isso é que é liderança e competência; quarto porque eu não admitiria nem mais uma sugestão, insinuação sequer, daquele género.
O chefe que era mais chefe do que eu e estava em Lisboa, comunista de sucesso e despedidor laureado, acusou-me de bonomia, enquanto baixava a crista e metia o rabo entre as pernas, tanto quanto me deu para ver pelo teclado nojento do velho telefone. Bonomia? Fiquei "fodido". Fui ao dicionário e achei muito bem.

1 comentário:

  1. Se bem do que falas amigo Hernâni. Ao longo da minha carreira também apanhei desses ...quase lhes ia chamar "chefes", mas eu retifico, desses montes de bosta instalados em Lisboa, a tentar "foder os parolos do Norte".

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