Quando Ben-Hur foi impedido de entrar no Presépio
Ben-Hur queria entrar no Presépio. Chamou o grupinho do costume -
Spartacus, Maximus, Maciste, Hércules, Sansão, Demétrio, Ursus e Nuno
Salvação Barreto -, não fosse a coisa dar para o torto. E lá foram. O
Pescador do Laguinho, que sabia kung fu e era segurança em part-time,
impediu-lhes terminantemente o acesso: - Noite temática, meus senhores,
hoje é só anjos, pastores e reis magos. Ordens de cima. Apareçam pela
Páscoa...
Deus vê tudo, mas não é geral
Sem filhos em casa e sem netos, o casal conversava sobre como iria ser o
Natal, a noite de consoada. Batatas, troços e bacalhau, isso era ponto
assente, pelo menos ainda este ano. Mas ela tinha dúvidas de que valesse
a pena sequer fazer o pinheiro. Ele mandou que sim. E que sim, porque
"Deus até nos pode castigar se não fizermos", justificou, numa daqueles
inocentes confusões teologais que chegam ao Céu e o pessoal de branco e
asas desata logo a rir. Fez-se então o pinheiro e até se pôs um
enfeite na parte de fora da porta, 4.º dto. O enfeite foi roubado logo no primeiro dia.
Por
outro lado. Alguém esqueceu-se do guarda-chuva numa capela. O
guarda-chuva esteve lá mais de quinze dias, abandonado, e ninguém o
levava. A capela, não sendo uma grande atracção arquitectónica, é
razoavelmente
procurada por turistas e curiosos de outras marcas. Se fosse um café ou
uma farmácia, um consultório de advogado, o mais certo é que o guarda-chuva ganhasse imediatamente novo
dono, mesmo que não tivesse sido esquecido. Mas ali não: é a casa de
Deus e Deus não é cego. Seria pecado e o Velho é vingativo! No átrio de
um prédio de apartamentos já o assunto muda de figura...
Moral das histórias: Deus vê tudo, mas não é geral. E tem particulares dificuldades no escuro...
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