terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Em palhas deitado 8

Quando Ben-Hur foi impedido de entrar no Presépio
Ben-Hur queria entrar no Presépio. Chamou o grupinho do costume - Spartacus, Maximus, Maciste, Hércules, Sansão, Demétrio, Ursus e Nuno Salvação Barreto -, não fosse a coisa dar para o torto. E lá foram. O Pescador do Laguinho, que sabia kung fu e era segurança em part-time, impediu-lhes terminantemente o acesso: - Noite temática, meus senhores, hoje é só anjos, pastores e reis magos. Ordens de cima. Apareçam pela Páscoa...

Deus vê tudo, mas não é geral
Sem filhos em casa e sem netos, o casal conversava sobre como iria ser o Natal, a noite de consoada. Batatas, troços e bacalhau, isso era ponto assente, pelo menos ainda este ano. Mas ela tinha dúvidas de que valesse a pena sequer fazer o pinheiro. Ele mandou que sim. E que sim, porque "Deus até nos pode castigar se não fizermos", justificou, numa daqueles inocentes confusões teologais que chegam ao Céu e o pessoal de branco e asas desata logo a rir. Fez-se então o pinheiro e até se pôs um enfeite na parte de fora da porta, 4.º dto. O enfeite foi roubado logo no primeiro dia.

Por outro lado. Alguém esqueceu-se do guarda-chuva numa capela. O guarda-chuva esteve lá mais de quinze dias, abandonado, e ninguém o levava. A capela, não sendo uma grande atracção arquitectónica, é razoavelmente procurada por turistas e curiosos de outras marcas. Se fosse um café ou uma farmácia, um consultório de advogado, o mais certo é que o guarda-chuva ganhasse imediatamente novo dono, mesmo que não tivesse sido esquecido. Mas ali não: é a casa de Deus e Deus não é cego. Seria pecado e o Velho é vingativo! No átrio de um prédio de apartamentos já o assunto muda de figura...

Moral das histórias: Deus vê tudo, mas não é geral. E tem particulares dificuldades no escuro...

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