Trago nas mãos o calor
Trago nas mãos o calor
Que deponho a cada instante
No teu rosto que aspira a primavera que se pisa no chão
E espera o outono das folhas e dos caminhos
E desce comigo ao sabor
Que à terra dá cada breve estação
Trago-te o calor e as mãos inteiras
E nos olhos o horizonte dos nevoeiros no enredo das florestas
Das vinhas colhidas pelos amantes reunidos à beira das manhãs
E dos barcos e das pombas em planícies sem trincheiras
Trago para nós a largura das terras e do mar
Onde se perpetue o amor dos homens
Na paz de cada olhar.
"Os Olhos sem Fronteira", Orlando da Costa
(Orlando da Costa nasceu no dia 2 de Julho de 1929. Morreu em 2006.)
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