Desejo & tempo
Com ele viveu esculturas e formas. A estética e o amor permeavam
lençóis, vinhos e iguarias orientais. Lâmpadas esmaecidas e velas
preguiçosas emolduravam melodias originais. Momentos amorosos. Carinho e
gesto. O requinte implodia o amor sublime. Poemas jorravam palavras e excitavam criação. O toque, o gesto, a linha sutil (corpo). O contorno e a sinuosidade. Cores, vestes e perfumes
desnudavam inexprimíveis mensagens. Fetiches destilavam desejos
enquanto vinhos cuidadosos descortinavam o tempo. A infinitude
concretizava o sonho e a harmonia desenhava tenuidade; gesto elaborado. A
plasticidade do movimento revolvia tecidos perolados. Sensações acetinadas e pianíssimos verbos. Ternura e inventos eloquentes irradiavam letras que poetavam imagens. Assim faziam amor.
"E Agora, Depois", Maria Christina de Andrade Vieira
(Maria Christina de Andrade Vieira nasceu no dia 8 de Maio de 1951. Morreu em 2011.)
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