segunda-feira, 7 de maio de 2018

Maria Christina de Andrade Vieira 2

Desejo & tempo

Com ele viveu esculturas e formas. A estética e o amor permeavam lençóis, vinhos e iguarias orientais. Lâmpadas esmaecidas e velas preguiçosas emolduravam melodias originais. Momentos amorosos. Carinho e gesto. O requinte implodia o amor sublime. Poemas jorravam palavras e excitavam criação. O toque, o gesto, a linha sutil (corpo). O contorno e a sinuosidade. Cores, vestes e perfumes desnudavam inexprimíveis mensagens. Fetiches destilavam desejos enquanto vinhos cuidadosos descortinavam o tempo. A infinitude concretizava o sonho e a harmonia desenhava tenuidade; gesto elaborado. A plasticidade do movimento revolvia tecidos perolados. Sensações acetinadas e pianíssimos verbos. Ternura e inventos eloquentes irradiavam letras que poetavam imagens. Assim faziam amor.

"E Agora, Depois", Maria Christina de Andrade Vieira

(Maria Christina de Andrade Vieira nasceu no dia 8 de Maio de 1951. Morreu em 2011.)

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