quinta-feira, 17 de maio de 2018

Erico Curado 2

Ao esplendor das manhãs, silencioso e contrito,
Como é belo e sublime - olhar-se a natureza:
Sentir-se dentro dalma esse afago bendito
Que em perfume conduz de devesa em devesa.

Ver-se um céu sempre azul perder-se no infinito,
E das aves ouvir-se um hino de pureza,
E o rumor da floresta e dos montes o grito,
Num concerto divino à suprema beleza...

E, além, o vale imenso e o rio que, disforme,
Das brumas vai seguindo o branco vulto enorme!
Desatam-se em perfume os brancos laranjais...

E o gado vem descendo em procura de aprisco,
Abre-se então o sol, em fogo, o flavo disco,
E, aqui e ali, se exalça a alvura dos casais...

"Iluminuras", Erico Curado

(Erico Curado nasceu no dia 18 de Maio de 1880. Morreu em 1961.)

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