quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Câmara de Matosinhos padece de fantosmia

Foto Hernâni Von Doellinger

A Câmara de Matosinhos diz, no seu excelente sítio na Internet, que a cidade "já cheira a chocolate". Mas não cheira. Fui agora mesmo à varanda e Matosinhos cheira ao que costuma cheirar em todos os meses de Fevereiro, e neste Fevereiro por maioria de razão e proibição de pesca: Matosinhos cheira a sardinhas mal descongeladas e a grelhas que não vêem água desde a grande seca de 1948. Cheira também a lixo esquecido e podre nas bordas dos "ecopontos" esquecidos e podres. Cheira também aos escapes bronquíticos dos autocarros da Resende. Quer-se dizer: cheira mal, fede ao natural e ao gasóleo, tresanda a Matosinhos.
Se a Câmara afirma que Matosinhos cheira a chocolate é porque padece de parosmia/disosmia - isto é, interpreta distorcidamente os odoros; ou então sofre de agnosia - isto é, está incapacitada para classificar seja que cheiro for; ou então tem fantosmia - isto é, enreda-se em alucinações olfactivas. A oposição que tome nota: pelo menos de cheiros a Câmara de Matosinhos não percebe nada. Também não percebe de rotundas e higiene urbana, mas isso já não é para aqui chamado.
Moro há trinta anos ao dobrar da esquina da restaurantíssima e concorridíssima Rua Heróis de França, no epicentro exacto dos fumos e malinas gastronómicas matosinhenses. Não me queixo: gosto de Matosinhos assim. Mas, por favor, não me tornem a dizer que esta merda cheira a chocolate...

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