Infante
Dá-me o sol a minha fronte. Doloridos
e chagados meus pés descalços vão fugindo...
- Memórias dos meus doidos passos incontidos!
- Ó meu rumor do mundo em pétalas abrindo!
Ó corças que correis pela tarde desferindo
o balido ligeiro que alonga os ouvidos...
- Tarde de écloga e mel silvestre reluzindo...
- Minhas vinhas de vinhos de oiro não bebidos...
Desfolham-se ilusões e vão-se sem apegos...
Murchou a flor dos meus desejos com que pude
a vida transformar em ócios e sossegos...
Que lucrei, eu, Senhor! com horas execráveis
dum sonho que perdeu meu corpo de virtude?
- o pródigo que fui dos erros inefáveis!
Dá-me o sol a minha fronte. Doloridos
e chagados meus pés descalços vão fugindo...
- Memórias dos meus doidos passos incontidos!
- Ó meu rumor do mundo em pétalas abrindo!
Ó corças que correis pela tarde desferindo
o balido ligeiro que alonga os ouvidos...
- Tarde de écloga e mel silvestre reluzindo...
- Minhas vinhas de vinhos de oiro não bebidos...
Desfolham-se ilusões e vão-se sem apegos...
Murchou a flor dos meus desejos com que pude
a vida transformar em ócios e sossegos...
Que lucrei, eu, Senhor! com horas execráveis
dum sonho que perdeu meu corpo de virtude?
- o pródigo que fui dos erros inefáveis!
Luís de Montalvor
(Luís de Montalvor nasceu no dia 31 de Janeiro de 1891. Morreu em 1947.)
Sem comentários:
Enviar um comentário