A razão do meu sentir de hoje!
Eu quero ser louco.
Deixem-me ser louco.
Loucura não é usar boné
coçar na cabeça, roer um dedo, olhar uma grade
andar num só pé.
Loucura não é olharem-me nos olhos
fumar dum só lado
entre flores de cemitério
uma perna que passa, uma saudade de fado.
Eu quero ser louco.
Deixem-me ser louco.
A loucura é uma casa em que me abrigo
uma luz que me ilumina, uma mão que me segue
e que riu porque a sigo.
Loucura é fazer versos
é mostrar-me, é dizer quem sou
- um dedo, um olhar, um boné -
dos lugares que sinto... dispersos.
Eu quero ser louco.
Deixem-me ser louco
ao menos
Hoje!
Eu quero ser louco.
Deixem-me ser louco.
Loucura não é usar boné
coçar na cabeça, roer um dedo, olhar uma grade
andar num só pé.
Loucura não é olharem-me nos olhos
fumar dum só lado
entre flores de cemitério
uma perna que passa, uma saudade de fado.
Eu quero ser louco.
Deixem-me ser louco.
A loucura é uma casa em que me abrigo
uma luz que me ilumina, uma mão que me segue
e que riu porque a sigo.
Loucura é fazer versos
é mostrar-me, é dizer quem sou
- um dedo, um olhar, um boné -
dos lugares que sinto... dispersos.
Eu quero ser louco.
Deixem-me ser louco
ao menos
Hoje!
"Odes Submersas", José Manuel Capêlo
(José Manuel Capêlo nasceu no dia 29 de Janeiro de 1946. Morreu em 2010.)
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