quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Paula Ney

A Abolição
 
A justiça de um povo generoso,
Pesando sobre a negra escravidão,
Esmagou-a de um modo glorioso,
Sufocando-a com a lei da Abolição.
 
Esse passado tétrico, horroroso,
Da mais nefanda e torpe instituição,
Rolou no chão, no abismo pavoroso,
Assombrado com a luz da Redenção.
 
Não mais dos homens os fatais horrores,
Não mais o vil zumbir das vergastadas,
Salpicando de sangue o chão e as flores.
 
Não mais escravos pelas esplanadas!
São todos livres! Não há mais senhores!
 
Foi-se a noite: só temos alvoradas!

Paula Ney

(Francisco de Paula Ney nasceu no dia 2 de Fevereiro de 1858. Morreu em 1897.)

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