Foto Hernâni Von Doellinger |
Depois das duas derrotas seguidas de Guilherme Pinto em Matosinhos, o PS do Largo do Rato acagaça-se perante tão exuberante demonstração pessoal de falta de apoio das bases, como se diz em política, e procura outro candidato para as eleições autárquicas do próximo ano. Pinto leva a mal, esperneia, agarra-se ao tacho com quantas mãos tem e, em desespero de causa, organiza uma tainada com apoiantes onde anuncia que vai concorrer como socialista independente. Contra o PS.
Após dois bem sucedidos mandatos à frente da Junta da Freguesia de Matosinhos e cavalgando a onda da recente vitória para a Concelhia do partido, António Parada acha que chegou a sua hora de tomar conta da Câmara. O PS do Largo do Rato não concorda, quer alguém mais "ó doutor", as mangas de camisa arregaçadas são como o elefante, incomodam muita gente. Parada não se fica, vai ao mercado, reúne as tropas e apresenta-se a eleições como socialista independente. Contra o PS.
Desiludido com a experiência falhada como deputado e convencido de que o tempo varreu as memórias, Manuel Seabra prepara-se para voltar a casa e à presidência da Câmara, que uma vez lhe caiu no colo. O PS do Largo do Rato pede desculpa ao "ó doutor", mas explica que pretende alguém com a folha limpa. Seabra sente-se desconsiderado, não vai ao mercado e avança para a campanha como socialista independente. Contra o PS.
Cansado da insignificância e de que lhe andem a calcar as couves do quintal, Narciso Miranda regressa à luta, ignorando olimpicamente o Largo do Rato. Ele é que é o verdadeiro socialista independente, o Narciso, e vai a votos. Contra o PS, obviamente.
Portanto, resumindo e concluindo: Guilherme Pinto, António Parada, Manuel Seabra e Narciso Miranda são todos candidatos à presidência da Câmara de Matosinhos nas autárquicas de 2013, todos como socialistas independentes, todos contra o PS. O lema geral da campanha é "Cuidado com as Costas, Cuidado com a Faca". O PS arranja um "ó doutor" e ganha. O PSD, como se sabe, não entra nesta história.
Podia acontecer.
Caro Hernâni
ResponderEliminarEsta «estória» de alta intensidade dramática perturbou-me profundamente, porque falta aqui uma frase célebre: «isto acontece porque há forças contrárias para prejudicarem o PS. Isto porque o partido tem subido nas sondagens e essas forças anti-democráticas querem travar este crescimento, sobretudo nos bastiões socialista, como é Matosinhos».
No tempo de Salazar, as convulsões tinham uma resposta mais fácil: «Rádio Moscovo não fala verdade». E estava tudo dito. É a velha «delicadeza»: diz-se que «O sr. ministro foi menos verdadeiro» ou «o sr. ministro teve um lapso de linguagem», quando seria muito mais fácil dizer: «o sr. ministro é um aldrabão»...
Um abraço
M.Flórido
Muito obrigado, caro M. Flórido, pela visita e pelo comentário.
EliminarAchei piada. A vida também se faz desta forma. Gostei o ler.
ResponderEliminarAbraço. Narciso miranda
Obrigado, caro Narciso Miranda, pela visita e pelo simpático comentário. Volte sempre!
EliminarAbraço,
h.