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domingo, 24 de março de 2024

Estudantes, espermatozóides e neurónios

A ciência tem que se lhe diga e eu digo já que gosto muito daqueles estudos pândegos que me aparecem de vez em quando nos jornais. Por exemplo: uma investigação da Universidade de Aveiro concluía em Maio de 2012 que, derivado aos exageros, a qualidade do sémen dos estudantes diminui durante as chamadas semanas académicas. A pesquisa deixou de lado a sempre inquietante questão da erecção impossível, mesmo para quem consiga dar com a braguilha, e a controversa problemática do alcance máximo dos jactos de vómito, já que o mijo nem tem discussão: é pelas pernas abaixo.
Voltando ao essencial da coisa e aos números que não mentem, a realidade é esta: durante festas como, verbi gratia, a Queima das Fitas do Porto (que costuma rebentar-me aqui à porta, enchendo de vomitado o Passeio Atlântico, na beira-mar matosinhense, muito obrigado), regista-se, em média, uma diminuição de 20 por cento na concentração de espermatozóides dos estudantes afectados. No caso dos neurónios, digo eu, a redução é de cem por cento. 

Gaudeamus igitur

Foto Hernâni Von Doellinger

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Ide pela sombra!, disse o Senhor

Hoje é o quarto dia da Jornada Mundial da Juventude. E é também Dia Internacional da Cerveja. As autoridades colocaram Lisboa sob aviso queima das fitas.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Não me lembro...

Passa das sete e meia da manhã e a Queima das Fitas ainda está a desfazer a tenda. Na Praia de Matosinhos e na Praia Internacional do Porto, dorme-se, mergulha-se, fuma-se, bebe-se, vomita-se e fornica-se. As esplanadas do Edifício Transparente, pejadas de garrafas em cacos e cadeiras partidas, parecem um campo de batalha sem cadáveres nem sobreviventes. Na Rotunda da Anémona, uma pequena multidão de ressacados espera de orelha caída pelo autocarro. Têm tratamento de claque de futebol, de gado: estão enjaulados e vigiados à distância de um bastão pela polícia de choque.
Três miúdas cambaleiam pela Avenida de Montevideu, aparentemente em direcção à Foz. Vão vestidas. Nos intervalos entre cabeçadas contra painéis publicitários e tropeções nos mecos de delimitação do passeio, pedem boleia aos carros que passam. São mesmo miúdas, caloiras da vida, naquela idade e naqueles corpinhos que o sacana do arguido aproveita sempre para se defender, dizendo: "Senhor Doutor Juiz, ponha-se no meu lugar".
Uma das raparigas salta para a estrada, faz sinais ostensivos, quase desesperados, para que os carros parem e as levem dali. Só as buzinas lhe dão troco. E os trolhas que vão para as obras em carrinhas cheias de pressa e juízo mandam-lhe a boca da ordem, "Ó filha, és toda boa", mas boleia é que nada. Um crime. Quero dizer, o piropo bronco. "Foda-se! Ninguém tem compaixão", lamenta-se a miúda, mais para si mesma do que para as outras, num desgosto que só visto.
Ela é nova e não sabe. Às vezes há quem tenha "compaixão", "compaixão" até demais. E é aí que o tribunal entra na história...

P.S. - Publicado originalmente no dia 11 de Maio de 2012, sob o título "Sexta-feira da compaixão". Hoje, 28 de Fevereiro, é oficialmente Dia da Ressaca. No Brasil.

domingo, 5 de maio de 2019

A Queima das Fitas e os espermatozóides ébrios

Foto Hernâni Von Doellinger

A ciência tem que se lhe diga e eu digo já que gosto desses estudos pândegos que me aparecem de vez em quando nos jornais. Por exemplo: uma investigação da Universidade de Aveiro concluía em Maio de 2012 que, derivado aos exageros, a qualidade do sémen dos estudantes diminui durante as chamadas semanas académicas. A pesquisa deixou de lado a sempre inquietante questão da erecção impossível, mesmo para quem consiga dar com a braguilha, e a controversa problemática do alcance máximo dos jactos de vómito, já que o mijo nem tem discussão: é pelas pernas abaixo.
Voltando ao essencial da coisa e aos números que não mentem, a realidade é esta: durante festas como, verbi gratia, a Queima das Fitas do Porto (que já me rebentou aqui à porta, enchendo de vomitado o Passeio Atlântico, na beira-mar matosinhense, muito obrigado), regista-se, em média, uma diminuição de 20 por cento na concentração de espermatozóides dos estudantes afectados. No caso dos neurónios, digo eu, a redução é de cem por cento.

sábado, 9 de maio de 2015

As idiossincrasias culturais da Queima das Fitas 2

                                                                                        Foto Hernâni Von Doellinger

terça-feira, 5 de maio de 2015

As idiossincrasias culturais da Queima das Fitas

                                                                                       Foto Hernâni Von Doellinger

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sexta-feira da compaixão

Passa das sete e meia da manhã e a Queima das Fitas ainda está a desfazer a tenda. Na Praia de Matosinhos e na Praia Internacional do Porto, dorme-se, mergulha-se, fuma-se, bebe-se, vomita-se e fornica-se. As esplanadas do Edifício Transparente, pejadas de garrafas em cacos e cadeiras partidas, parecem um campo de batalha sem sobreviventes. Na rotunda da Anémona, uma pequena multidão de ressacados espera de orelha caída pelo autocarro. Têm tratamento de claque de futebol: estão enjaulados e vigiados à distância de um dedo pela polícia de choque.
Três miúdas cambaleiam pela Avenida de Montevideu, aparentemente em direcção à Foz. Nos intervalos entre cabeçadas contra painéis publicitários e tropeções nos mecos de delimitação do passeio, pedem boleia aos carros que passam. São mesmo miúdas, caloiras da vida, naquela idade e naqueles corpinhos que o sacana do arguido aproveita sempre para se defender, dizendo: "Senhor Doutor Juiz, ponha-se no meu lugar".
Uma delas salta para a estrada, faz sinais ostensivos, quase desesperados, para que os carros parem e as levem dali. Só as buzinas lhe dão troco. E os trolhas das carrinhas cheias de pressa e juízo mandam-lhe a boca da ordem, "Ó filha, és toda boa", mas boleia é que nada. "Foda-se! Ninguém tem compaixão", lamenta-se a miúda, mais para si mesma do que para as outras, num desgosto que só visto.
Ela é nova e não sabe. Às vezes há quem tenha "compaixão", "compaixão" até demais. E é aí que o tribunal entra na história...

Uma Queima com muita protecção

Foto Hernâni Von Doellinger

Beira-mar Matosinhos/Porto, entre a Anémona e o Edifício Transparente. Há momentos. Não são caixas de chiclas, são de preservativos, e ainda bem.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estudantes, espermatozóides e neurónios

A ciência tem que se lhe diga e eu digo já que gosto destes estudos pândegos que me aparecem de vez em quando. O último: uma investigação da Universidade de Aveiro acaba de concluir que, derivado aos exageros, a qualidade do sémen dos estudantes diminui durante as chamadas semanas académicas. A pesquisa deixou de lado a sempre inquietante questão da erecção impossível, mesmo para quem consiga dar com a braguilha, e a controversa problemática do alcance máximo dos jactos de vómito, já que o mijo nem tem discussão: é pelas pernas abaixo.
Voltando ao essencial da coisa e aos números que não mentem, a realidade é esta: durante festas como, por exemplo, a Queima das Fitas do Porto (que é já na próxima semana, aqui à porta, muito obrigado) regista-se, em média, uma diminuição de 20 por cento na concentração de espermatozóides. No caso dos neurónios, a redução é de cem por cento.