Foto Hernâni Von Doellinger |
sexta-feira, 31 de março de 2023
Sujeito a reboque
quinta-feira, 30 de março de 2023
A conversão do penálti
Castigo máximo
P.S. - No dia 31 de Março de 1914 foi criada a União Portuguesa de Football, actual Federação Portuguesa de Futebol.
quarta-feira, 29 de março de 2023
domingo, 26 de março de 2023
Em ponto.
sexta-feira, 24 de março de 2023
Mãe há só uma
quinta-feira, 23 de março de 2023
Singela mas cheia de significado
Foto Hernâni Von Doellinger |
Usavam-se muito, antigamente, no tempo da outra senhora, as homenagens "singelas mas cheias de significado". Bordão irrelevante do velho regime, ao nível do "até quando, senhor presidente?" ou do "é o país que temos!", que agora também se gastam. Cinzentices. Seja como for, aquela imitação de placa toponímica, impressa a maiúsculas numa folha de papel A4 colada num pedaço de cartão e revestida a plástico, proclamando tributo a Durval Martins, é isso mesmo, uma homenagem singela mas cheia de significado. E também, suspeito, uma reclamação. A pancarta, que ninguém ousa retirar, foi colocada no Passeio Atlântico, exactamente no tubo que sustenta a indicação oficial, municipal, de que aquela é a "Avenida General Norton de Matos", na beira-mar matosinhense, como que reivindicando a troca. E eu assino por baixo. Tanto quanto sei, Norton de Matos, o general e político, não fez a ponta de um corno pelo futebol de Matosinhos...
quarta-feira, 22 de março de 2023
O mundo do Comendador
Foto Delta Cafés |
Falei uma vez com Rui Nabeiro. Pelo telefone. Seriam os finais de 2008 e a Universidade de Évora acabara de anunciar uma parceria com a Delta Cafés para a criação da Cátedra Rui Nabeiro - Biodiversidade. Eu precisava de fazer uma notícia sobre o assunto, e o famoso e certamente atarefado empresário, não me conhecendo de lado nenhum, concedeu-me gentilmente uma dúzia de minutos do seu precioso tempo, logo que consegui ultrapassar a burocraciazinha da ordem, a redoma, nada de mais.
terça-feira, 21 de março de 2023
Hoje é muito fácil falar
segunda-feira, 20 de março de 2023
O problema da saúde oral
A questão é esta e é escusado vir agora com paninhos quentes. O problema da saúde oral, isto é, o verdadeiro problema da saúde oral, deixemo-nos de rodeios, porque, de uma vez por todas, é preciso dizer as coisas como elas são, quer-se dizer, é preciso chamar os bois pelos nomes, o problema da saúde oral, o verdadeiro problema da saúde oral é que a saúde oral, que ninguém me venha dizer o contrário, a saúde oral é só conversa. Exactamente! A saúde oral, e o que está dito está dito, a saúde oral é só conversa, paleio, treta, lábia, palavras, palavreado, saúde da boca para fora. Parlapiê e mais nada, não há meio de passar ao papel, e do papel aos actos...
O velho contador de histórias
P.S. - Hoje é Dia Internacional do Contador de Histórias.
domingo, 19 de março de 2023
sexta-feira, 17 de março de 2023
quinta-feira, 16 de março de 2023
Fafismos
O meu blogue sobre Fafe - De Fafe, com muito gosto - passa a chamar-se Fafismos, a partir de hoje. O endereço, porém, mantém-se, porque o orgulho de ser de Fafe é incancelável. Para visitar, é só carregar aqui.
quarta-feira, 15 de março de 2023
O consumidor
Foi toda a vida um consumidor. Desde que nasceu. Consumiu a mãe e consumiu o pai, consumiu os avós, maternos e paternos, consumiu os irmãos e as irmãs, os tios e as tias, os sobrinhos e as sobrinhas, os primos e as primas, consumiu os filhos, consumiu os netos e os bisnetos, consumiu as meninas do lar até morrer. Era realmente a consumição da família, um verdadeiro consumidor de almas. Quer-se dizer, há feitios assim.
P.S. Hoje é Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.terça-feira, 14 de março de 2023
Mijado mas com aprumo
Excelentíssimo Menino
Foto Tarrenego! |
Avisaram-me ontem ao princípio da tarde, mas eu preferi esperar pelo desmentido. O meu irmão Nelo sabia que me interessava muito, mandou-me uma mensagem para o telemóvel, dizia simplesmente "morreu o nosso Menino", mas a morte do Landinho só podia ser engano. Uma coisa assim um bocado tola, pensei. Primeiro, porque o Landinho faz falta. Quer-se dizer. Como é que vai ser Fafe agora? Quem vai cobrar as cotas? Quem vai passar as multas? Quem vai aos cafés avisar dos funerais? E o Landinho foi avisar da sua morte? Desconfio que vem aí o caos. Segundo, porque a morte do Landinho não interessa a ninguém. Que vantagens? Para quem? Só se for para Deus, que dizem que leva primeiro os que ama, os que mais ama, e eu começo a ficar farto do egoísmo de Deus.
Portanto esperei pelo desmentido.
O Landinho é um dos meus mais excelentíssimos fafenses. Como eu aqui recordava há menos de quatro meses, "o Landinho, o nosso Menino, [estava] sempre presente, particularmente nos momentos solenes e também nos outros, verificando factos e tomando conta da ordem pública. Fafe sem Landinho seria impossível". E é. O Menino fazia parte da paisagem fafense, mas era mais do que paisagem. O Landinho era - penso agora - a mais benévola metáfora do que somos todos nós os que somos de Fafe, os que sentimos Fafe. E Fafe nem sempre o tratou bem, mas ele, o Menino, nunca nos faltou.
Sei muito do Landinho, muito mais do que aqui vou contar. Sei da sua infância, sei da senhora sua mãe, sei da sua juventude, lembro-me de ele ter ido às inspecções, que pelo menos naquela leva foram realizadas no velho quartel dos Bombeiros. Exactamente, o Menino foi às sortes e tenho ideia de que não se livrou à primeira, alguém por ele teve de posteriormente fazer prova das suas singularidades. Safou-se por pouco de ir à guerra, e às tantas ainda tínhamos ali herói. Era. O regime precisava de carne para canhão.
Menino quer dizer muito em Fafe. Quando entrava no antigo Peludo, já no tempo do Peixoto, o Landinho pedia geralmente um pratinho de "manganésia", que era a sua perdição gastronómica. Ou então era só fome e ele saberia que não lhe davam outra coisa. Andava com sorte se lá estivesse o grande Valença, o gozão-mor do reino, inveterado pregador de partidas, mas também portador de um coração de razoáveis dimensões. E então o Valença dizia-lhe: - Pago-te o pratinho mas primeiro tens de dar um beijo aqui ao Bomba! - e o Bomba era eu, e o Landinho chegava-se e abraçava-me e lambia-me a cara com um sonoro e indesmentível beijo. Isto mais do que uma vez, pelo menos três ou quatro. E o nosso Menino ganhava o seu pratinho de maionese, que era o que se chamava àquela travessa de salada-russa, às vezes com um filete de pescada ou um panado em fim de prazo, mais um copinho de vinho, e só um, que já não faltava quem abusasse dele. Do Menino...
sábado, 11 de março de 2023
No que respeita à canalização
sexta-feira, 10 de março de 2023
Profissão de risco
quinta-feira, 9 de março de 2023
É matemático!...
quarta-feira, 8 de março de 2023
Eu vi Cubillas!
Eu vi Cubillas. Vi-o aqui à porta de casa, em Guimarães, fomos de Fafe o tio Américo, o tio Zé da Bomba e eu, de propósito para ver Cubillas, com merenda aprazada talvez no Batista da Cruz d'Argola. Podia ser que também víssemos o "nosso" Quim na baliza do FC Porto, mas foi Tibi quem tomou conta, se bem me lembro desse mês de Março de 1974, ainda o cravo estava fresco e nunca mais. Deu empate zero-zero e Cubillas falhou um penálti, mas isso o que é que importa?
É. Eu vi jogar Teófilo "Nene" Cubillas! Percebem a grandeza do que digo? Compreendem a minha incontida emoção? Talvez não, infelizes, e é pena. Aos incréus, aos que não tiveram a sorte que eu tive, aos que não viram nem foram ensinados, aos que não sabem do que falo, admito a ignorância e a dúvida: viste o Cubillas, e quê?, pensarão, coitados, e estão no seu direito. Mas mesmo a esses eu gostaria de tentar explicar. Reparem, por favor. Em toda a minha vida fui, por vontade própria e em meu perfeito juízo, a somente quatro concertos: Andràs Schiff (com as Variações Goldberg de Johann Sebastian Bach), Paco de Lucía, Rolling Stones e Bob Dylan. Quatro e apenas quatro, e uma vida inteira: Schiff com Bach, Lucía, Stones e Dylan. E portanto Cubillas.
P.S. - A foto acima tirei-a do jornal digital Maisfutebol, que não refere o autor. Teófilo Juan Cubillas Arizaga nasceu, em Lima, Peru, no dia 8 de Março de 1949. Faz hoje 74 anos. Pois muitos parabéns e muitíssimo obrigadíssimo, Senhor Comendador!
As mulheres e eu
Mulheres e raparigas que, se por acaso me apanham a caminhar com a minha mulher, deitam de antecedência os olhos ao chão, zapam por nós como se não nos vissem, como se não me conhecessem de lado nenhum, como se eu fosse ninguém.
Mulheres
Hoje é Dia da Mulher e é porreiro. A minha vai levar-me a comer fora, para eu não ter de cozinhar. Hoje. Amanhã torno ao fogão. E é a vida.
terça-feira, 7 de março de 2023
segunda-feira, 6 de março de 2023
Isto sou eu a falar
domingo, 5 de março de 2023
sábado, 4 de março de 2023
Falando de cus, enquanto me é permitido
Noutro dia estacionou-me ali em baixo o Costa Pacifica, um colosso. São quase trezentos metros de navio para 3.780 passageiros. E sabem que mais? Eu vim de Fafe, uma terra evidentemente sem comparação e, Costa por Costa, tínhamos o Costa do Assento, que tocava concertina, uma vez deu na televisão a apoiar o General Ramalho Eanes e também era uma categoria de pessoa, não desfazendo, mas as viagens de circum-navegação ao mundo que eu sabia eram a Fátima e ao Alto Minho, organizadas pelo meu avô da Bomba. Naquele tempo, turistas éramos nós, lingrinhas de pé descalço e pila ao léu, em sorrateiras escapadelas até às recônditas estâncias balneares do Poço da Moçarada, do Comporte ou de Calvelos, de onde, por norma e tradição, éramos sacados a ganir, puxados por uma orelha. A minha mãe parecia que tinha radar, e, uma desgraça nunca vem só, sabia sempre por onde é que eu andava e o que fazia. Que se segue? Os paquetes que agora me batem regularmente à porta têm-me dado que pensar, suscitam-me reflexões de pequena e média profundidade que aqui humildemente partilho com os meus queridos leitores. E daquela vez, olhando para o imponente Costa Pacifica, vieram-me à cabeça os cus. Os cus que os cruzeiros descarregam e recarregam.
Cu de turista não é brincadeira, já repararam? É traseiro de bitola larga e se for cu americano então ocupa o mundo inteiro, incluindo o México e o Brasil, menos a Alemanha e a Rússia. Até parece que para se ser turista - turista encartado - é preciso ter um cu daqueles. E o cu alemão e o próprio cu russo também para lá caminham, não querem ficar atrás, é só olhar para o que se passa na Ucrânia. O que diz tudo a respeito dos cus.
Imagino que sejam muito ricos os camones com que me cruzo nas bordas do Porto de Leixões - eles a saírem todos cheios de good morning e eu, de passagem, "desculpem lá a shit de dog na sola da sandália e thank God que vêm de meias, quer-se dizer, é good luck, com os cumprimentos de Matosinhos City, isto em Fafe seria outra limpeza, mas é para o que está", eu, que domino o inglês como quem domina a pantera. Tão turistas e tão prendados de cu, têm de ser muito ricos. Engordam e viajam porque podem. Se calhar são todos reformados da administração do Millennium BCP ou do BES ou da TAP ou da política portuguesa em geral, mas não querem que se saiba.
Os turistas. Chegam e parece-me sempre um congresso de cus com sala de espera no Passeio Atlântico, que se vê à rasca para aguentar semelhante pesadelo. Toneladas e toneladas de bagagem extra em traseiros colossais e gingões mesmo à frente do meu nariz e que até naufragam tuque-tuques. Confesso: é um espectáculo que não pára de maravilhar-me. Até porque, como diz o povo que nunca andou de navio mas passa a vida a vê-los passar, a gordura é formosura. Olho para os cus e olho para o barco, e só me apetece elogiar o génio humano, os avanços da ciência, os milagres da indústria, a arte e o engenho dos modernos fazedores de navios, supremos desafiadores das leis da física. Fascina-me aquilo que não consigo compreender. Para os cus e para o barco, olho. Olho para o barco e penso: como é que aquilo não vai ao fundo com tanto cu descomedido lá enfiado?...
sexta-feira, 3 de março de 2023
O silêncio de Deus
- Não, Deus nunca me disse nada.
- É portanto ateu, agnóstico talvez, ou digamos indiferente...
- Por acaso até sou crente, religioso e bastante praticante.
- Mas diz que Deus nada lhe diz...
- Pois é. Falo muito para o boneco...
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Oração.