No Parque da Cidade do Porto há cisnes-mudos, gansos-bravos, gansos-do-egipto,
patos-reais, galinhas d'água, galeirões-comuns, guinchos,
piscos-de-peito-ruivo, melros-pretos, chapins-reais, pardais-comuns e
pegas. Esta é a população oficialmente recenseada. Mas também há coelhos
e toupeiras, gatos e cães vadios, pombas e gaivotas, galinhas que eu já
as vi, papagaios e outros benfiquistas, corredores, andadores e
passeadores afins, rãs, sapos e salamandras, lesmas e caracóis, grilos e
gafanhotos, borboletas a certa hora, sardaniscas e lambisgóias, sardões
com e sem rabo, espreitas e bicicletas, cavalos-republicanos às vezes, burros de um modo geral.
No
tempo do Primavera Sound, que a pandemia veio aliviar, há também
camiões, guindastes e contentores, dezenas de
geradores, megapalcos, supertendas, barracas, tonéis de cerveja cheios e
escorropichados e cheios e escorropichados vezes sem conta nem medida,
toneladas de lixo e pés, decibéis à solta, ameaços de terramotos,
aluimentos, quem dera que não chova, Deus queira que não caia. Há
vedações e avisos, pedimos desculpa pela interrupção, o parque segue
dentro de dias. Quem estiver mal que se mude, prometemos deixar tudo
como estava.
Não sei é se aquele fauna toda, que tem naturalmente os seus direitos, foi devidamente notificada.
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