Portugal, 2021. Dezembro. Quase dois milhões de pessoas subvivendo abaixo do limiar da pobreza. Quase dois milhões e meio de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social. Quase doze por cento da população empregada é pobre. Um milhão de trabalhadores a salário mínimo. Quase dois milhões de pensionistas da Segurança Social com pensões, de velhice ou invalidez, abaixo do salário mínimo. Mais de um milhão de desempregados, entre registados, desarriscados, clandestinos, envergonhados e vitalícios. Quase quarenta mil famílias que vivem em casas sem condições. Quase dez mil sem-abrigo recenseados, fora os milhares ignorados. Um vergonhoso número calado de trabalhadores imigrantes tratados como escravos, torturados, humilhados, brutalizados, ignorados farisaicamente pelo país em peso, quando não lançados sem dó nem piedade para o redondel dos cães racistas. Fome, frio, doença, abandono, solidão, miséria física e moral, despessoamento, indignidade. Dezembro. Portugal, quase 2022.
P.S. - Hoje, 18 de Dezembro, é Dia Internacional dos Migrantes. Ou Dia Internacional das Migrações. Ou Dia Internacional do Migrante.
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