As Turicas de Fafe. As Turicas moravam na Rua Monsenhor Vieira de Castro do lado direito de quem desce para o Picotalho ou para a Recta, logo depois do cruzamento dos tascos do Paredes e do Zé Manco, nem 50 metros abaixo das manas Grilas, e daí a lamentável e inexplicável confusão entre Turicas e Grilas numa terra tão prenhe de historiadores. As Turicas eram também irmãs, não me lembro se duas ou três. Costuravam. Pequeninas e idosas, resmungonas e prendadas para os mais delicados lavores, faziam renda de bilros sentadas num banquinho junto às enormes portadas que davam para a rua. Tinham uma loja mais antiga do que elas e que cheirava a um mofo muito bom. Vendiam botões e tafetás, fitas de nastro, fechos, linhas, lãs, chitas, agulhas e flanelas. Vendiam também vinho ao garrafão nas traseiras do estabelecimento. As boas senhoras tinham uma "criadita" que abria a porta a quem ia comprar vinho. E a miúda tinha umas mamas. A minha mãe mandou-me ao vinho e eu pedi à rapariga se me deixava apalpar-lhe as mamas. Ela não deixou e eu apalpei. As mamas eram de papel e foi-me um desgosto muito grande.
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