Deixa-me seguir para o mar
Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar-se
um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
o que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
me recamarei de estrelas como um manto real,
me bordarei de nuvens e de asas,
às vezes virão em mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
as imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir,
passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
é não poderem parar!
"Baú de Espantos", Mário Quintana
(Mário Quintana nasceu no dia 30 de Julho de 1906. Morreu em 1994.)
Sem comentários:
Enviar um comentário