Lições de História: os Dalton
Os irmãos Dalton eram oito, quatro de cada vez. Começaram por ser Bob,
Grat, Bill e Emmet, mas morreram, faz de conta, e foram substituídos
pelos primos, os impagáveis Joe, William, Jack e Averell. Estes quatro
eram bastante filhos da mãe, da Mãe Dalton, vestiam às risquinhas, deslocavam-se
em escadinha, sempre do mais pequeno para o maior ou vice-versa, e
Lucky Luke fazia-lhes a vida negra.
Houve também o bando dos Dalton a sério (à séria, se lido em Lisboa).
Eram especialistas em bancos e comboios, actuaram com assinalável sucesso no Velho
Oeste americano entre 1890 e 1892 e chamavam-se Tim Evans, Bob Dalton,
Grat Dalton e Dick Broadwell. Foram abatidos pela polícia durante o
assalto a uma dependência bancária em Coffeyville, Kansas, e tiveram
todos um lindo enterro.
Há ainda a registar Timothy Dalton, aquele actor galês e fraquinho que
fez por engano dois 007, o Dalton Ico e o Dalton Trevisan, famoso
escritor brasileiro entendido em vampiros e ganhador dos prémios Camões e
Machado de Assis, entre outros. O mais destacado membro da família terá
sido, no entanto, o cientista inglês John Dalton (1766-1844), químico,
meteorologista e físico, um dos primeiros a defender que a matéria é
feita de pequenos nadas, os átomos, e inventor da "lei das proporções
múltiplas", melhor chamada Lei de Dalton para não se confundir com a Lei
de Ohm. O grande John faleceu fez outro dia 175 anos. RIP.
A febre da Protecção Civil
Está no jornal:
a Protecção Civil diz que as temperaturas vão chegar aos 40 graus nos
próximos dias. Quem foi que disse? A Protecção Civil. E o pessoal ri-se.
A isto chegámos...
Aguçando
A necessidade aguça o engenho. A afiadeira aguça o lápis.
Simplesmente Simplício (ou, vá lá, Agá Ramos)
Sou Bomba, Dezassete e Perna-de-Pau, por parte do meu pai, e sou Neques,
por parte da minha mãe, com muito gosto. Já me chamaram Américo, Pobre,
Padreca, Sacerdote, Profeta, Bítala, Cabeludo, Guedelhudo, Hippie,
Careca, 05613478, Amélia, Drogado, Comunista, Socialista, Anarquista,
Violoncelista (é a brincar - nunca ninguém teve a coragem de me chamar
Violoncelista na cara!), Caixa-de-Óculos, Ó Tio Ó Tio, Gramático, Chefe,
Doutor, Professor, Andrade, Pau de Virar Tripas, Gordo, Ex-Gordo,
Hernano, Hermano, Herlânder, Hermo, Irrenane, Renane, Ranano, Renane,
Ernesto, Aquele Senhor, Doente da Cama 2, Próximo!, Nanes, Se'Nane,
Belingue, Berlingue, Bilingue, Berlindes, Boelingue, Bolingue,
Dillinger, Dilingue, Volkswagen. Eu sinceramente prefiro que me chamem
Simplício. Ou então, vá lá, Agá Ramos.
Dá-me música, ó Augusto!
Tem razão o ministro Augusto Santos Silva. "Seria um absurdo uma
interpretação literal da lei" no caso que envolve o secretário de Estado
da Protecção Civil e os negócios que a empresa do filho celebrou com o
Estado. A leis, quando se fazem, sobretudo no que diz respeito ao
prazenteiro binómio corrupção-políticos, é para terem uma interpretação musical.
Por
falar nisso: hoje, 8 de Agosto de
2019, quase duas semanas depois de ter sido descoberta a jigajoga familiar, José Artur Neves, o secretário de Estado pai do filho do
secretário de Estado, ainda não se demitiu nem foi demitido. Que se saiba.
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