No tempo em que havia 24horas, o original, mandaram-me escrever uma
treta qualquer sobre e com os "ricos" da moda. Eram então dois, cromos
por sinal: os meus inefáveis chefes, de Lisboa, queriam saber e que o
País e mundo soubessem como é que Joe Berardo e Sousa Cintra, os tais,
começaram as suas extraordinárias fortunas. Quer-se dizer: os meus
inefáveis chefes, de Lisboa, não queriam saber absolutamente nada e
faziam votos de que o País e o mundo se fodessem. Precisavam, em todo o
caso, de meia dúzia de linhas de coisa nenhuma para meterem lá em cima o
título bombástico que já tinham engatilhado e a seguir as fotografias
da praxe. Chamarizes...
Isto foi pelos finais de 2007, se não me engano, e o que tinham de bom
Sousa Cintra e Joe Berardo era que atendiam o telefone. Cintra contou-me
que a avó lhe dava uns centavos quando ele era miúdo de seis ou sete
anos, lá na algarvia Raposeira natal, e ele não gastava nem um tostão. E
nem sabia bem para quê. Talvez para depois comprar um brinquedo, como
via os outros meninos, mas nem isso. Cresceu, meteu-se no futebol e
gastou a massa toda em cerveja e petróleo.
Berardo, esse, fez-se milionário sob o alto patrocínio da Caixa Geral de
Depósitos. A sua primeira poupança foi uma conta que a mãe lhe abriu na
Caixa, em 1962, na Madeira, com dois mil escudos (dez euros), teria ele então 18 anos. Uma
semente. Uma conta que se manteve aberta e que nunca parou de crescer. O
saldo de Berardo na Caixa já vai em 280 milhões de euros - mas de
dívida. Joe Berardo deve ao banco público 280 milhões de euros, que se
saiba até ao momento, na sequência de empréstimos manhosos que lhe deram
de mão beijada e que ele agora não consegue ou não lhe apetece pagar. À
banca portuguesa em geral, o comendador Berardo deve quase mil milhões
de euros. Realmente uma fortuna. E tudo começou com apenas dois contos. Parece ilusionismo, número de circo. É por isso que ele se ri tanto e faz pouco do País...
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