Hora esquisita
Ressoavam no ar baladas dolorosas
Quando, ó mistério, de improviso entraste:
Vencemos dos destinos o contraste,
Num só rosal nasceram duas rosas!
Abri-te as mãos como asas amorosas,
Pálido lírio em flor na tênue haste,
Dos orvalhos noturnos estilaste
As pérolas das lágrimas piedosas.
Hora esquisita, prêmio e desventura!
Ias partir de novo, sendo minha,
E em ti levando na alma quanto eu tinha.
Sorri, choraste, e amor que inda nos dura,
Um beijo só, chegada e despedida,
Fez de um minuto toda a nossa vida!
"Rimário", Aloysio de Castro
(Aloysio de Castro nasceu no dia 14 de Junho de 1881. Morreu em 1959.)
Sem comentários:
Enviar um comentário