Foi assim,
como um resto de sol no mar,
como os lenços da préamar,
nós chegamos ao fim.
como um resto de sol no mar,
como os lenços da préamar,
nós chegamos ao fim.
quando a flor ao luar se deu,
quando o mundo era quase meu,
tu te foste de mim.
"Volta, meu bem", murmurei.
"Volta, meu bem", repeti.
"Não há canção nos teus olhos,
nem amanhã nesse adeus!"
Horas, dias, meses se passando
e, nesse passar, uma ilusão guardei:
ver-te novamente na varanda,
a voz sumida e quase em pranto,
a murmurar "meu bem, voltei".
Hoje essa ilusão se fez em nada
e a te beijar outra mulher eu vi,
Vi no seu olhar envenenado
o mesmo olhar do meu passado
e soube então que te perdi.
Ruy Barata
(Ruy Barata nasceu no dia 25 de Junho de 1920. Morreu em 1990.)
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