Autobiografia
Meu nome todo é Jorge Emílio Medauar
Filho de imigrantes árabes
Tenho ficha na polícia cidadão indesejável elemento agitador.
E amo gatos bichinhos miúdos sem importância
Nunca matei passarinho (uma vez fui, a mão tremeu)
Amo amizades construídas em bar esquina cabaré
O rio de minha terra
O mar onde pulo em mergulhos
Onde vejo barcos gaivotas penso em piratas heróis da infância
Penso em viagens conhecer tudo quanto é canto do mundo
Amo as noites luarinas gatos miando pelos telhados
Amo meus livros meu quarto os retratos da mãe e do líder que me fitam
Amo até porque compreendo os que me magoam
Quando nasci em Água Preta meu pai como qualquer pai
Se alegrou deu dinheiro aos pobres
Farinha e carne seca aos cegos da feira
Minha mãe fez promessa prometeu meu nome a São Jorge meu protetor
Também fui batizado crismado como cristão
Cresci aprendi sofri amei
Amei tanto que virei poeta para amar também
Esta coisa que me espreme o coração
Isto que me dá de noite de manhã e a qualquer momento
Que me põe na mesa me obriga a chorar
Ao ver letras tremendo em minha frente
Gota de lágrima escorrendo pelo rosto borrando a página.
Por hoje
- Adeus
Meu nome todo é Jorge Emílio Medauar
Filho de imigrantes árabes
Tenho ficha na polícia cidadão indesejável elemento agitador.
E amo gatos bichinhos miúdos sem importância
Nunca matei passarinho (uma vez fui, a mão tremeu)
Amo amizades construídas em bar esquina cabaré
O rio de minha terra
O mar onde pulo em mergulhos
Onde vejo barcos gaivotas penso em piratas heróis da infância
Penso em viagens conhecer tudo quanto é canto do mundo
Amo as noites luarinas gatos miando pelos telhados
Amo meus livros meu quarto os retratos da mãe e do líder que me fitam
Amo até porque compreendo os que me magoam
Quando nasci em Água Preta meu pai como qualquer pai
Se alegrou deu dinheiro aos pobres
Farinha e carne seca aos cegos da feira
Minha mãe fez promessa prometeu meu nome a São Jorge meu protetor
Também fui batizado crismado como cristão
Cresci aprendi sofri amei
Amei tanto que virei poeta para amar também
Esta coisa que me espreme o coração
Isto que me dá de noite de manhã e a qualquer momento
Que me põe na mesa me obriga a chorar
Ao ver letras tremendo em minha frente
Gota de lágrima escorrendo pelo rosto borrando a página.
Por hoje
- Adeus
Jorge Medauar
(Jorge Medauar nasceu no dia 15 de Abril de 1918. Morreu em 2003.)
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