Foto do arquivo pessoal do ex-pára |
Música de António Melo e letra de Félix Bermudes e João Bastos. Escrito em 1940 para o filme "João Ratão", de Jorge Brum do Canto, sobre o regresso de um soldado português da frente de batalha da I Guerra Mundial. Em 1961 rebenta em Angola a nossa guerra, a Guerra Colonial, e, à falta de melhores "hinos", a rádio reciclou o "Fado das trincheiras", agora na excelentíssima voz de Fernando Farinha, alagando o País em lágrimas, do Minho a Timor...
O soldado na trincheira
não passa duma toupeira
vive debaixo do chão
só pode ter a alegria
vive debaixo do chão
só pode ter a alegria
de espreitar a luz do dia
pela boca de um canhão
pela boca de um canhão
Mas quando chegar a hora
dele arrancar por aí fora
ao som da marcha de guerra
seus olhos são duas brasas
ao som da marcha de guerra
seus olhos são duas brasas
e as toupeiras ganham asas
como as águias lá da serra
como as águias lá da serra
Rastejando como sapos
com as fardas em farrapos
pela terra de ninguém
mas cá dentro o pensamento
pela terra de ninguém
mas cá dentro o pensamento
corre mais alto que o vento
quando pela nossa mãe
quando pela nossa mãe
E se eu morrer na batalha
só quero ter por mortalha
a bandeira nacional
e na campa de soldado
a bandeira nacional
e na campa de soldado
só quero um nome gravado
o nome de Portugal.
o nome de Portugal.
Soldados da nossa terra
são voluntário da guerra
que vêm bater-se por brio
raça de povo e de glória
que vêm bater-se por brio
raça de povo e de glória
que escreveu a nossa história
nos mundos que descobriu
nos mundos que descobriu
Por isso a Pátria distante
brilha em nós a cada instante
como a luz de uma candeia
que arde de noite e de dia
como a luz de uma candeia
que arde de noite e de dia
no altar da Virgem Maria
na igreja da nossa aldeia
na igreja da nossa aldeia
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