Tu estás no meu sangue. E não posso olvidar-te.
Tenho ódio de ti, e no entanto te adoro.
O teu olhar de fogo eu sinto em toda parte
pela terra gelada onde em degredo eu moro.
És tênue como a luz. Em vão tento apertar-te
nos meus braços vazios. E se tu vens, imploro
que te afastes de mim. Mas não posso deixar-te
porque estás no meu ser, clarão de meteoro!
És coveira piedosa e plantas nas feridas
que costumas abrir no âmago das vidas
a semente de luz que diviniza o pranto.
És brancura lirial divinizando o mangue,
és vampiro infernal, e bebes o meu sangue,
e por isso te odeio e te idolatro tanto.
Tenho ódio de ti, e no entanto te adoro.
O teu olhar de fogo eu sinto em toda parte
pela terra gelada onde em degredo eu moro.
És tênue como a luz. Em vão tento apertar-te
nos meus braços vazios. E se tu vens, imploro
que te afastes de mim. Mas não posso deixar-te
porque estás no meu ser, clarão de meteoro!
És coveira piedosa e plantas nas feridas
que costumas abrir no âmago das vidas
a semente de luz que diviniza o pranto.
És brancura lirial divinizando o mangue,
és vampiro infernal, e bebes o meu sangue,
e por isso te odeio e te idolatro tanto.
(Zeno Cardoso Nunes nasceu no dia 15 de Agosto de 1917. Morreu em 2011.)
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