Donzela pudica
Há uma barreira entre ti e a vida
e que te dá uma tristeza fundamental.
Por isso te alimentas de fantasmas do sexo
acondicionados em quilómetros de celuloide.
E tua mão é corpo
que substitui teu ventre amuralhado.
E a boca beija-se a si mesma
em soluços de ausência.
E as coxas grávidas de esperança
sonham a destruição do hímen
numa alegria de virtudes mortas.
O contato amante das vestes
te suplicia de pecado
e uma fila de padres negros
reza um réquiem.
"Profetas do Silêncio", Sílvio Duncan
(Sílvio Duncan nasceu no dia 1 de Junho de 1922. Morreu em 1999.)
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