terça-feira, 5 de julho de 2016

Tomaz de Figueiredo 2

À braseira

Saio da tua casa. Escorrega,
do codo, a rua. Alcanço a porta amiga
de teu Tio, que espera a suecada.
Ah! que rica braseira! Levas, pronto,
uma chita, ou lavagem, ou lambida,
ou rapada. Um jagodes, na Emissora,
alude a um trintanário de missas
que impôs um qualquer coiso em testamento.
Eu barafusto. Rica bacorada!
Que viva a bela pândega dos burros!
A braseira consola. Cai folheca
lá fora. Os vidros suam, lagrimejam.
Apanhas, de seguida, três capotes.


"Guitarra", Tomaz de Figueiredo

(Tomaz de Figueiredo nasceu no dia 6 de Julho de 1902. Morreu em 1970.)

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