sexta-feira, 15 de julho de 2016

Henrique Ernesto de Almeida Coutinho

Soneto

Olhos onde Amor vive, mas discreto,
Expressões que se fazem sentir na alma,
Sorriso meigo que as paixões acalma,
Se as paixões excitou diverso objecto.

Candura, pensar nobre, e nobre aspecto,
Mil atractivos, que em fervente calma
Podem mudar o gelo, dão-te a palma
Que é da Virtude galardão completo.

Ai, Ritalia!, o meu mal, meu triste fado,
É saber quanto vales, ver-te, ouvir-te,
Morrer por ti de amor, e estar calado.

Mas ah!, devo morrer, devo encobrir-te
Cruéis martírios de meu peito ansiado,
Já que tão longe estou de possuir-te.

"Algumas Poesias", Henrique Ernesto de Almeida Coutinho

(Henrique Ernesto de Almeida Coutinho nasceu no dia 15 de Julho de 1788. Morreu em 1868.)

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