segunda-feira, 4 de abril de 2016

Proibições que são convites

Embora já andassem de Mercedes e/ou BMW, aqui há uns anos os empreiteiros viam-se à rasca para perceberem onde despejar o lixo que faziam nas demolições ou esburacamentos de início de obra. Não havia sítios de lei, largavam-no onde calhava, à noite, e fugiam. Atentas à insustentável situação e superpreocupadas com a defesa do ambiente, as autarquias portuguesas correram a criar uma rede de locais apropriados para o efeito nos montes à roda das vilas e cidades, de norte a sul do País. Em cada um desses locais jeitosos colocaram uma placa que avisava mais ou menos assim: "Proibido lançar entulho neste local. Coima até duzentos contos". E, pronto, os empreiteiros ficaram a saber que era ali que podiam deitar o lixo.

Os meus amigos que batem umas cartas ali em baixo, naquela cantinho abrigado à beira-mar, têm uma preocupação naftalínica que eu compreendo. Arriscar bisca com cheiro a mijo deve ser uma merda. Por isso puseram o letreiro novo que aqui contei ontem, melhoramento infelizmente sem inauguração, mas sinalética em material nobre, upgrade como manda a sapatilha, do cartão canelado para a esferovite, e com uma mensagem indubitavelmente mais assertiva e acutilante. E no entanto, como na história dos empreiteiros, "Atenção! Por favor não urinar neste local, obrigado", se formos a ver, só quer dizer... WC.

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