Conta o JN que: "Um homem, de 38 anos, apresentou queixa na GNR em Felgueiras contra a ex-companheira, por acreditar que esta realizou uma feitiçaria, com terra de cemitérios, que lhe faz encolher o sexo. Para evitar que o pénis desapareça, o indivíduo envolve-o com fita-cola."
Porque é que nunca me apareceu uma história destas quando eu escrevia notícias? Que raiva! E porque é que nunca me lembrei do truque da fita-cola? Que raiva, que raiva!
Sobre cemitérios e espantos já aqui perorei, no dia 29 de Outubro de 2011, então usando o título de "Bruxedos à moda do Porto". Mas bebamos mais um copo, porque a ocasião merece. E o texto era:
Esta é a sério. Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao portão de um dos cemitérios da cidade do Porto. O bruxedo apareceu ali da noite para o dia, toda a gente se queixou, toda a gente se desviou e ninguém teve coragem de mexer na coisa, de a mandar para o lixo. Nem o padre da igreja ao lado nem os coveiros. Trabalhar com almas e mortos está bem, desafiar maus-olhados é que não.
Passou-se um, passaram-se dois, três, quatro, cinco dias, e o galo ali, possivelmente já com o serviço feito e portanto sem mais poderes, mas nem assim alguém ousou tocar-lhe. O pessoal da Junta de Freguesia foi unânime, cada um passava a encomenda para o que vinha atrás, "Eu não, bruxedos não", até que a vizinhança viva reclamou (ciciando padres-nossos e ave-marias, de terço na mão e muitos sinais da cruz) que já não aguentava com o fedor.
Ora, o fedor, como toda a gente sabe, é problemática que sobe à alçada camarária. Em conformidade, foram requisitados os serviços de limpeza da cidade, que chegaram ao local e resolveram o assunto em três penadas. Isto é: "Eu também não, bruxedos não"...
Perante o impasse, alguém tirou a mola de roupa do nariz e alvitrou que se chamassem os Comandos da Amadora, um pediu a presença da Brigada de Minas e Armadilhas da PSP e outra ainda sugeriu que se mandasse vir o Bruxo de Fafe para fazer marcha-atrás à coisa, tornando seguro o seu manuseamento. Mas a Junta não dispunha de verba orçamentada para pagar a especialistas.
Foi quando um dos da Câmara se lembrou que o Canil Municipal tem um camião com um gancho, uma espécie de braço mandado que podia solucionar mecanicamente, com os homens de longe e sem risco de agoiros, aquele problema bicudo. E ao sexto dia o todo-poderoso veículo veio e levou a coisa, para sossego enfim de todos os moradores, vivos e mortos, amém.
Esta história antiga foi na semana passada.
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