Necessidades forçosas da natureza humana 
Descarto-me da tronga, que me chupa,
 Corro por um conchego todo o mapa,
 O ar da feia me arrebata a capa,
 O gadanho da limpa até a garupa.
 Busco uma freira, que me desentupa
 A via, que o desuso às vezes tapa,
 Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
 Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
 Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
 E na hora de ver repleta a tripa,
 Darei por quem mo vase toda Europa?
 Amigo, quem se alimpa da carepa,
 Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
 Ou faz da sua mão sua cachopa. 
"Poemas Escolhidos", Gregório de Matos
(Gregório de Matos nasceu no dia 7 de Abril de 1636. Morreu em 1696.)
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